Istambul, a cidade mais populosa da Turquia, está cada vez mais vulnerável a um grande terramoto, de acordo com novas pesquisas e observações sísmicas. Uma falha geológica crítica sob o Mar de Mármara – uma via navegável que liga o Mar Negro e o Egeu – está a mostrar sinais de tensão crescente, levantando preocupações entre os geólogos sobre um evento potencialmente catastrófico.
A crescente ameaça abaixo do mar
Nas últimas duas décadas, os terremotos na região têm aumentado constantemente em frequência e magnitude, deslocando-se para leste ao longo da falha geológica. O tremor mais recente, um terremoto de magnitude 6,2 ocorrido em abril, faz parte de um padrão que os cientistas dizem que poderia culminar em um evento significativamente maior.
A Falha Principal de Mármara, um segmento de aproximadamente 9-13 milhas da falha geológica, está agora sob intenso escrutínio. Esta secção ficou “trancada”, o que significa que a tensão está a aumentar sem ser libertada, e uma ruptura poderia resultar num terramoto de magnitude 7,0 ou superior – um desastre que ameaçaria directamente os 16 milhões de residentes de Istambul.
Por que isso é importante: uma história de devastação
A Turquia está situada numa das zonas mais sismicamente activas do mundo. O país sofreu terremotos devastadores em fevereiro de 2023, que mataram pelo menos 55 mil pessoas na Turquia e na Síria. Esta tragédia recente sublinha a vulnerabilidade da região e a urgência de compreender – e preparar-se para – acontecimentos futuros.
“Os terremotos não podem ser previstos”, observa Patricia Martínez-Garzón, sismóloga do Centro de Geociências GFZ Helmholtz. “Mas compreender como este evento pode ser iniciado é de vital importância.”
A chave agora não é prever, mas sim melhorar os sistemas de detecção precoce e reforçar os esforços de mitigação. Isto inclui o reforço dos códigos de construção, planos de resposta a emergências e campanhas de sensibilização pública.
Momento incerto, certo risco
Embora o momento exacto de um grande terramoto permaneça desconhecido, a escalada da actividade sísmica é um claro sinal de alerta. Stephen Hicks, sismólogo da University College London, diz sem rodeios: “Istambul está na mira.” O potencial para um terramoto catastrófico é real e a cidade deve preparar-se para o inevitável.
A pesquisa publicada na Science enfatiza que uma grande ruptura é possível. Isto não é apenas uma questão de curiosidade geológica; é um cenário de vida ou morte para milhões de pessoas numa das maiores e mais importantes cidades economicamente do mundo.























